Com o objetivo de estimular a inovação em um dos setores mais relevantes da economia regional, a Unesc e o Sindicato das Indústrias Plásticas de Criciúma e Região (Sinplasc) deram início, na manhã desta segunda-feira (12), a um projeto estratégico. O trabalho de pesquisa executado pela equipe do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação da Universidade tem como objetivo elencar os desafios comuns às empresas do segmento plástico das regiões da Amrec e Amesc, além de identificar possibilidades de novos modelos de negócios, produtos e processos relevantes e inovadores na própria cadeia de valor.
O Sinplasc e suas 49 empresas associadas, que respondem por 80% do volume transformado e da movimentação econômica do setor na região, serão as principais fontes de informações das pesquisas desenvolvidas nos próximos meses. O resultado será um diagnóstico aprofundado das principais demandas do setor e, com um olhar voltado para as oportunidades geradas pelo conhecimento acadêmico da Unesc e o conhecimento de tecnologias, apontar possíveis novos caminhos para o setor.
“A aproximação dos setores empresariais com a academia é essencial para a agregação de valor na nova indústria por meio da pesquisa e desenvolvimento. A Unesc tem muito a colaborar para tornar a nossa região cada vez mais desenvolvida e sustentável. Compreender as necessidades, mas sobretudo unir esforços para a criação de novas vertentes econômicas e o fortalecimento das já existentes, é a missão da nossa universidade que é referência nacional e internacional na pesquisa de alto nível. Temos um ecossistema de inovação regional ávido por oportunidades para se conectar com o setor produtivo e oferecer soluções para produtos e processos nas empresas da nossa região e a Unesc pode conectar os diferentes atores para o fortalecimento da economia regional e oferecer soluções com tecnologias sustentáveis”, aponta a reitora da Unesc, Luciane Ceretta.
A atuação em conjunto, por meio do Sinplasc, vai gerar benefícios comuns e acelerar a possibilidade de inovações se tornarem reais, acredita a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Inovação e Extensão da Unesc, Gisele Coelho Lopes. “Nosso objetivo é fortalecer o ecossistema de inovação regional a partir da valorização dos negócios que são daqui. Essa troca de conhecimento por meio de redes colaborativas só tende a fortalecer o setor e torná-lo vanguarda em seu segmento. Ações conjuntas para a discussão dos desafios dos setores econômicos com a finalidade de identificar e pactuar soluções compartilhadas, fortalecem o segmento e possibilitam espaços de cocriação e coopetição alinhados com as tendências internacionais. Nosso objetivo é identificar neste processo oportunidades coletivas do segmento, mas sobretudo proporcionar um senso colaborativo em que as soluções possam ser compartilhadas num sentido de crescimento mútuo na medida em que as trocas e as conexões vão acontecendo, além de valorizar e apoiar no desenvolvimento de soluções específicas de cada empresa. Hoje as redes colaborativas estão em alta não somente no âmbito local, mas no mundo inteiro, com diversos casos de negócios que nasceram e se desenvolveram com o fortalecimento do ecossistema de inovação regional”, enaltece.
Com uma duração inicial de 12 meses, o projeto é considerado permanente, com a expectativa de captar novos recursos para sua continuidade. O setor plástico, segundo maior segmento da indústria de transformação na região Sul de Santa Catarina, está com as expectativas altas para o desenvolvimento e o resultado do projeto, afirma o diretor executivo do Sinplasc, Elias Caetano. “O nosso arranjo local proporciona uma conjuntura favorável para desenvolver um projeto de interesse comum do setor. A ampliação da reciclagem de matérias plásticos é uma tendência e uma rota provável, mas será a pesquisa que nos ajudará a definirmos prioridades”, revela.
De acordo com Caetano, é fundamental um setor tão expressivo manter um diálogo próximo e contínuo com a maior universidade da região. O segmento de descartáveis da região responde por 70% da produção nacional desses produtos e, neste contexto, está inserida quase metade dos negócios do setor no Sul de Santa Catarina. “Este segmento está ameaçado por iniciativas legislativas de banimento de produtos impactando a economia de toda a região e os empresários têm manifestado grande interesse em fazer um esforço coletivo para que a reciclagem aconteça, reforçando o compromisso com a sustentabilidade. Ocupamos a segunda posição entre os maiores polos recicladores de materiais plásticos do país, e a reciclagem representa a principal solução contra essas ameaças. Ela é a rota capaz de ganhar escala e entregar uma solução concreta para os problemas ambientais do descarte indevido”, indica.
Mais sobre o projeto
Iniciado com o segmento plástico, os trabalhos de análise de setor coordenados pelo Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico e de Inovação e a Agência de Inovação da Unesc serão nos próximos meses também realizados com outros nove setores da economia. A jornada envolve encontros com empresários do setor para a reunião de informações para o diagnóstico, dados a serem comparados com diversas fontes regionais, nacionais e internacionais pelos pesquisadores da Universidade. Os projetos são viabilizados por uma emenda parlamentar obtida pelo senador Esperidião Amin junto ao Centro de Inovação de Criciúma (CRIO), estrutura administrada pela Unesc.