O relatório Inside Venture Capital Report, da Distrito, divulgado em abril deste ano, aponta que o primeiro trimestre de 2023 chegou ao fim com 91 novos aportes em startups no Brasil. O movimento injetou mais de U$S 247 milhões no mercado, aquecendo a economia e abrindo novos horizontes às empresas que vêm para transformar os modelos já existentes, assim como para radicalizar o processo de inovação no mundo dos negócios.
Além dos tradicionais investimentos, as startups também vêm sendo alvo de aquisições e fusões. “Quando se compra uma empresa concorrente, reforça-se o posicionamento naquele setor. Se for de outra área, abre mais oportunidades, oferece mais serviços e produtos aos clientes”, explana Luís Felipe Cardoso Fabris, sócio da Topedindo. A empresa, localizada no Sul de Santa Catarina, vem sustentando sua estratégia de crescimento no aporte e compra de startups. De janeiro de 2022 para cá, já foram quatro aquisições e um investimento.
De acordo com ele, as vantagens ao apostar em um negócio dessa natureza são inúmeras. “É preciso fazer um contrato com linhas bem redigidas, analisar os pontos da negociação e deixá-los claros para ambas as partes. A cultura também deve ser estudada; a empresa adquirida precisa se adaptar à compradora. Se tudo isso ocorrer tranquilamente, os benefícios vêm. Aumenta atuação no mercado, faturamento e equipe, se posiciona de forma diferente, agrega tecnologia, acelera produtos”, comenta.
Fabris conta que a Topdindo segue de olho no mercado, garimpando novas oportunidades que, porventura, podem vir a aparecer. No momento, a empresa criciumense segue em tratativa com outras três startups, sendo uma da região e duas de fora. Os planos são de fortalecimento nos segmentos em que já atua, mas sempre abertos a novas oportunidades.
“Em janeiro de 2022 adquirimos a empresa gaúcha Polvo Tickets para entrar de vez no mercado de eventos. Após, vieram a Folk Sistemas e a Startup Neexels para fortalecer o mercado de alimentação. Já neste ano, investimos na startup Bravura que produz máquinas de drinks para eventos e restaurantes. Todos estes investimentos fizeram sentido para a Topedindo, porque passamos a atender eventos e alimentação de ponta a ponta. Uma estratégia diferente, bem alinhada, que vem dando certo e nos fazendo crescer ainda mais nos mercados em que atuamos”, explana.
Investimento garante crescimento acelerado
A Next Fit, startup que oferece uma plataforma de gestão, otimização de processos e produtos financeiros para academias, estúdios e boxes, é um exemplo de startup que cresceu após aporte. Somente nos dois últimos anos, a empresa já recebeu investimentos na casa dos R$ 5 milhões, sendo R$ 1 milhão após uma rodada de pre-seed em 2021, e o restante, da mesma forma, no final de 2022.
O CEO da Next Fit, Douglas Waltricke, explica que se a empresa não capta o investimento e acelera o desenvolvimento para dominar o mercado, acaba perdendo espaço para o concorrente. “Buscar este aporte é quase uma estratégia padrão para se manter na competição”, diz ele, ao complementar: “para mim, o grande X da questão é ir em busca dos melhores investidores possíveis para o negócio. Nossos parceiros, por exemplo, além de investirem financeiramente, também trouxeram a expertise de já terem ajudado outras startups pequenas a se tornarem grandes empresas”, evidencia.
Ainda de acordo com Waltricke, este tipo de aporte permite que a startup ouse mais, teste, erre e aprenda mais rápido. “Hoje temos processos bem definidos em todos os setores, clareza nos números e no planejamento”. A expectativa, conta, é de tornar-se líder no segmento de software para academias da América Latina até o final de 2024. “Ficamos algum tempo incubados no Miditec Florianópolis, que é considerada a melhor incubadora do Brasil e uma das cinco melhores no mundo. Fomos atrás de investimentos, crescemos, nos profissionalizamos, e o resultado veio. Hoje já temos mais de 80 colaboradores e temos mais 40 vagas abertas”, comenta.