As dificuldades da economia nacional não refletem nos números das vendas pela internet no Brasil, que totalizaram R$ 44,4 bilhões em 2016, conforme pesquisa e-bit. Dados como este fortalecem um cenário de prosperidade que vem atraindo empresas de diferentes portes e segmentos em todo o país. No Sul Catarinense muitos empreendedores vêm investindo no e-commerce como diversificação de canais de vendas ou até partindo direto para o online, com excelentes resultados.
O universo de variedades, o tempo para escolha, a possibilidade de pesquisar com detalhes os produtos a serem adquiridos estão entre as vantagens que atraíram 48 milhões de brasileiros a fazer pelo menos uma compra em comércio eletrônico pelo menos uma vez em 2016. A oportunidade de conquistar clientes além divisas atraiu a Açonox (www.aconox.com.br), loja com mais de 15 anos de mercado em Criciúma. O investimento deu tão certo que depois de dois anos no ar as vendas no virtual já ultrapassaram o ponto de venda físico e hoje correspondem a 70% do faturamento da empresa.
“Quando montamos a loja virtual buscamos uma forma de vender para o país todo com a vantagem de oferecer nossos produtos 24 horas por dia. Temos em média 14 mil acessos ao mês. O crescimento nos anima bastante e indica o caminho certo, porém a loja só anda quando ela faz as coisas acontecerem. O produto pode ser bom, mas não se vende sozinho”, observa o gerente administrativo da Açonox, Nei Lorenzon.
A Lewe (www.lewe.com.br), de Braço do Norte, nasceu no mundo virtual. Na oportunidade de uma indústria de produtos esmaltados, que possuía apenas a venda para empresas, a loja foi criada em 2010 com a pretensão de ser o maior comércio virtual especializado em utensílios esmaltados do país. Com um mix de 837 artigos, o e-commerce sulcatarinense recebe em média 250 pedidos e 2500 itens enviados por mês a todo o Brasil.
“Temos um estoque e a vantagem dessa parceria com um fabricante da cidade que está entre as maiores marcas de esmaltados do mercado brasileiro. Somos o único canal de vendas com todos os itens produzidos pela Ewel e essa facilidade logística, além da variedade de produtos, nos permite praticar preços atrativos”, destaca o diretor da Lewe Utensílios Esmaltados, Salomão Werner.
Eficiência em atendimento e logística, a chave para o sucesso
O Sul de Santa Catarina, do ponto de vista geográfico, está em uma posição privilegiada para quem quer montar um e-commerce, aponta o diretor da Idealize Tecnologia, Rafael da Cunha. Estar no eixo Sul/Sudeste do Brasil, onde há maior concentração de consumo e a proximidade de fábricas de diversos setores contribui para a agilidade dos processos, fator primordial para uma loja online de sucesso, aponta o diretor da Idealize Tecnologia, Rafael da Cunha. “A velocidade de entrega aos clientes, eventuais trocas e também a reposição de estoque é crucial para quem trabalha com vendas pela internet. O consumidor exige o cumprimento dos prazos estabelecidos e valoriza ainda mais quando a compra chega antes do previsto”, indica Rafael.
O envio dos produtos se dá pelo correio ou via transportadora, dependendo das demandas. No caso da Açonox, há ainda os clientes locais que optam pela compra online e a retirada na loja física. “Como temos custos operacionais menores no e-commerce, conseguimos colocar as ofertas a preços melhores. Há inclusive pessoas que conhecem os produtos na nossa sede, efetuam a compra no site e depois vêm buscar”, conta Lorenzon.
Essa adequação às necessidades e comodidades dos clientes traz um diferencial nos e-commerces de pequeno porte em relação aos grandes players do mercado, frisa Rafael. “Os megaportais vendem os produtos de larga escala, o que abre um campo enorme para empresas que se propõem a oferecer itens mais personalizados, diferenciados. Isso junto a um atendimento mais personalizado, explicando a melhor forma de usar ou fazer a limpeza do produto, por exemplo, atrai uma série de nichos de mercado qualificados”, acredita o diretor da Idealize Tecnologia.
O que uma boa loja virtual tem?
Na comparação com os investimentos necessários para a abertura de uma loja física, a entrada para o e-commerce requer um desembolso menor por parte do empreendedor, porém a gestão no meio virtual possui características algumas crusciais apontadas por Rafael. “Ao executarmos um projeto, sempre deixamos claro e damos apoio, mostrando o caminho das pedras de tudo o que envolve a administração do negócio. A importância de se fazer um bom cadastro de produto, a organização da logística de entrega, do atendimento, enfim, toda a experiência de compra do cliente e como chegar até esse consumidor”, conta o especialista.
Dados específicos, a escolha de palavras-chave corretas e boas fotos na apresentação dos itens configuram ferramentas tão importantes quanto o design bem feito. “Um cadastro bem feito dá mais segurança aos clientes e ajuda no rankeamento nos mecanismos de pesquisa, como o Google, que é um dos principais caminhos por onde os clientes conhecem as lojas virtuais. A disposição fácil dos conteúdos nas telas, a usabilidade adaptada a computadores e smartphones devem ser consideradas prioridade também”, frisa.
O uso correto do comércio virtual torna as empresas aptas a entrar em um mercado com tíquete médio de R$ 417, dado de 2016 da pesquisa e-bit. “Muitos empreendedores que desejam seguir o caminho de montar uma loja virtual ficam preocupados sobre a operação. A tecnologia permite com muita facilidade as operações financeiras, emissões de etiquetas e, no caso das empresas com loja física, a integração com os sistemas de informação são viabilizadas pela empresa fornecedora do e-commerce. Ao lojista vai caber cuidar de produtos e clientes. Deixando ambos impecáveis, as vendas serão um sucesso”, acredita Rafael.