Na teoria, muitas empresas sabem o que é diversidade e inclusão, mas na prática apenas algumas podem afirmar que possuem ações reais voltadas para o tema. Esse é o caso das empresas Canguru e Imbralit, que em julho de 2022 reuniram um grupo de voluntários para discutir o assunto e mantê-lo sempre em evidência. Desde então, diversas ações já foram realizadas e uma delas, de cunho bastante afetivo, foi a gravação de um vídeo com a participação de colaboradores. O resultado foi apresentado marca oficialmente o lançamento do Comitê de Ética e Inclusão do Grupo Empresarial Jorge Zanatta.
Os sorrisos tímidos e os olhos marejados resumiram o sentimento dos colaboradores que participaram da gravação onde foram convidados a responder à pergunta: “Como você se sente trabalhando aqui?”. Natural do Haiti, Nerline Bicinthe veio para o Brasil em busca de melhores oportunidades e encontrou acolhimento na Canguru. “É uma empresa que me motiva muito e acredita no meu potencial para muitas coisas. Como estrangeira, me sinto bem incluída em tudo”, declarou a haitiana.
Através da linguagem de sinais, Anderson Cesar Alves Pereira também manifestou seu sentimento de gratidão. Funcionário da Imbralit desde fevereiro, ele não encontrou dificuldade em se adaptar. “Gostei muito de conhecer a empresa e meu sonho é que no futuro minha família possa trabalhar aqui também”, disse.
Além dos colaboradores que participaram do vídeo, os integrantes do Comitê de Ética e Inclusão e os membros da diretoria também puderam assistir o vídeo em primeira mão. Para o executivo Leandro Buciani, é emocionante saber que as empresas são vistas como referência na região. “De toda a transformação causada pelo processo de reorganização do grupo, com certeza o impacto positivo na comunidade é um dos mais importantes e significativos, isso não tem preço. O vídeo emociona porque mostra que ações como esta podem mudar a vida das pessoas”, enfatiza Buciani.
Após a apresentação oficial, o vídeo foi compartilhado com todos os colaboradores e está disponível no link: https://youtu.be/m5MseI5dpHE
Atenção contínua ao tema está prevista em Plano de Ação
Quando falamos em inclusão, logo pensamos em acessibilidade. Porém, mais do que rampas, elevadores ou materiais de sinalização, é preciso pensar também em pessoas com deficiência visual e auditiva e dificuldade com a língua portuguesa, no caso de estrangeiros. Além disso, o maior desafio pode estar relacionado ao acolhimento de pessoas que possuem hábitos, línguas e culturas diferentes.
De acordo com a especialista em RH, Sílvia Sá, desde que o Comitê foi montado, uma grande mudança de mentalidade em relação ao tema está sendo promovida através da conscientização e da sensibilização das pessoas. “O comitê começou ouvindo as pessoas e perguntando o que era preciso para tornar o trabalho delas melhor, conhecendo suas angústias e dores do dia a dia. Dali surgiram muitas ideias e um Plano de Ação que prevê atenção contínua ao tema”, explica Silvia.
Segundo ela, estão sendo feitas ações e alterações estruturais voltadas para pessoas com deficiência (PCDs), assim como treinamentos e orientações. Também passou a fazer parte da cultura da empresa, a produção de materiais informativos internos em português, inglês e libras.
Segundo Sílvia, o curso de Libras realizado internamente já está na segunda turma, com bastante sucesso, mostrando o desejo das pessoas em se comunicar. “Estamos trilhando um caminho de constante quebra de paradigmas e aprendizados. Queremos ouvir o que as pessoas têm a dizer porque a diversidade precisa estar ligada à inovação e não conseguimos inovar se não envolvermos pessoas diferentes com culturas e ideias diferentes. Somente assim teremos a transformação e inovação que esperamos, além de um ambiente de trabalho em que todos tenham dignidade, que se sintam úteis, felizes e parte da empresa”, ressalta ela.