Maior mercado de revestimentos cerâmicos do mundo encontrou em uma matéria-prima brasileira de alta qualidade a alternativa ideal para insumo ucraniano
Uma argila brasileira chamou a atenção do maior polo de revestimentos cerâmicos do mundo e consolidou-se como uma alternativa qualificada e segura, compatível com a matéria-prima ucraniana, predominante há décadas nas indústrias da Itália. A Colorminas consolidou a entrada no mapa de fornecedores dos italianos em novembro, com a remessa da primeira carga, com 30 mil toneladas do insumo, de nome comercial Colorminas Clay, para o país europeu.
O mercado italiano e a Colorminas aproximaram-se em razão de uma necessidade de mercado provocada pela guerra no Leste Europeu, na qual a Ucrânia, principal fornecedor de argila das indústrias, está envolvida. A escassez da matéria-prima provocou um movimento de procura de novos fornecedores pelo mundo. “Pela nossa tradição em mineração, fomos procurados por empresários da Itália, que vieram conhecer nossa jazida de Pântano Grande (RS), nossos laboratórios, amostras do produto e acabamos confirmando a primeira venda e o interesse deles de continuar adquirindo”, conta o CEO da Colorminas, Clayton Schueroff.
A exportação para a Itália configura um feito inédito para a empresa catarinense e um fato raro no mercado de matérias-primas para cerâmicas. A Colorminas até então tem como clientes indústrias do Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. Chamaram a atenção dos italianos a qualidade do material e a capacidade de padronização. “A argila plástica extraída na nossa jazida é geologicamente rara no território brasileiro e muito similar aos padrões técnicos da ucraniana”, frisa o executivo.
Investimentos
A primeira de argila brasileira teve como destinatárias três indústrias italianas. Apesar de ainda não ter definições de quanto a demanda vai aumentar nos próximos meses, a Colorminas se preparou para fortalecer o potencial produtivo, com a compra de cinco novos equipamentos para a jazida de Pântano Grande. “O objetivo é estarmos prontos para fornecer regularmente para a Itália e continuar atendendo as empresas que temos como clientes há mais tempo”, pontua Clayton.