Quando comecei minha formação para conselheiros na Board Academy, estava curiosa sobre como a disciplina de comunicação seria abordada. Com quase 30 anos de experiência na área, sabia que comunicação é uma área estratégica. No entanto, a aula conduzida pelo professor Daniel Medina confirmou ainda mais essa convicção e trouxe uma nova perspectiva: a de que os conselheiros devem enxergar a reputação como um ativo valioso, capaz de trazer resultados financeiros significativos para a empresa.
Um dos insights mais importantes foi a relação intrínseca entre reputação e desempenho financeiro. O desafio dos conselheiros consultivos é convencer fundadores e executivos de que investir em reputação não é apenas um gasto, mas sim uma estratégia com retorno financeiro direto. As palavras do professor Daniel Medina resumem essa ideia com clareza: “se você não conta sua história, as pessoas acreditarão nas histórias que contarem sobre você”.
Reputação vai além da simples imagem da empresa. Ela é a base da confiança que clientes, parceiros e colaboradores depositam na organização. Essa confiança se traduz em fidelização, aumento de vendas, atração de talentos e, consequentemente, melhores resultados financeiros. Como diz o professor Medina, “se você não está trabalhando reputação, está deixando de ganhar”.
Os dados confirmam essa perspectiva. Estudos mostram que marcas fortes representam uma parcela significativa do valor de uma empresa. Por exemplo, a Apple, considerada a marca mais valiosa do mundo, tem seu valor estimado em $145.3 bilhões (Harvard Business School Online). Além disso, ativos intangíveis, como a reputação e o valor da marca, compõem cerca de 90% do valor das empresas listadas no S&P 500 ((no title)). Esses números demonstram claramente que uma marca forte e bem gerida pode ser uma das maiores fontes de vantagem competitiva e valor econômico para uma organização.
O professor também trouxe uma frase que certamente repetirei, pois traduz o que há muito tempo falamos aos empresários: comunicação interna é o patinho feio da comunicação e deveria ser a primeira estratégia. A construção de uma reputação sólida começa dentro de casa, com um diálogo coerente e verdadeiro entre a empresa e seus colaboradores. A comunicação interna eficaz é a base para uma cultura organizacional forte. Ela assegura que todos na empresa estejam cientes dos objetivos, valores e direções estratégicas, criando um ambiente de trabalho coeso e motivado. Quando os funcionários estão alinhados e engajados, eles se tornam embaixadores naturais da marca, contribuindo positivamente para a reputação externa da empresa.
Ao final da formação, saí feliz e ainda mais convencida do poder da comunicação no nível estratégico. Como conselheira, minha responsabilidade será a de orientar as empresas a enxergarem a comunicação não apenas como uma ferramenta de marketing, mas como um pilar essencial para o sucesso sustentável. Em tempos de crise ou em momentos de expansão, a reputação construída através de uma comunicação interna robusta e um storytelling externo consistente pode ser o diferencial entre o sucesso e o fracasso.
Essa nova perspectiva reforçou meu compromisso com a comunicação como uma disciplina estratégica e indispensável no arsenal de qualquer conselheiro. O conselho consultivo, com sua visão holística e experiência, tem um papel fundamental na construção e na gestão da reputação da organização, conquistando a confiança de seus stakeholders e alcançando resultados financeiros superiores.
A lição mais valiosa? Nunca subestime o poder de contar bem a sua história – afinal, sua reputação e seus resultados dependem disso. Cabe ao conselho consultivo garantir que essa história seja positiva e inspiradora.
Alfa Comunicação e Conteúdo
Artigo por Andressa Fabris.