Cultura da empresa e comunicação corporativa

Cultura da empresa e comunicação corporativa

Certo dia conversávamos sobre as empresas que atendemos, as características de cada gestor e a necessidade de compreendermos estas diferenças, até que uma das jornalistas que integram a nossa equipe comentou: acho que vou precisar de um curso de Psicologia no lugar do Jornalismo. Rimos um pouco, mas todas concordamos que sim, precisamos levar em conta aspectos emocionais ao realizar o trabalho de comunicação corporativa. Talvez não seja necessário cursar Psicologia, mas quando trabalhamos em uma empresa ou prestamos um serviço como o nosso, o que inclui assessoria de imprensa e comunicação interna, é essencial que percebamos a cultura daquele lugar.

Alguns filósofos clínicos diriam que em uma pessoa seria a ‘historicidade’ o que aqui chamamos de cultura, aquilo que faz parte da história do negócio e também do próprio dono ou gestor. Anos atrás, entrevistando um empresário aqui do Sul de Santa Catarina e que era reconhecido por sua postura centralizadora, perguntei a ele por que adotava esta atitude, e ele respondeu: construir esta empresa custou muitos sacrifícios, tenho medo que percam o que conquistei. E assim como os sacrifícios tornam uma pessoa centralizadora, o desleixo paterno ao não envolver os filhos em seu negócio pode torná-los também desleixados. Toda ação provoca uma reação.

Quando tratamos de comunicação, no nosso caso a assessoria de imprensa e a comunicação interna e comunicação corporativa nas empresas, a cultura deve ser extremamente observada tanto para definir a forma de atuação como para tornar viáveis aquelas ações que não seriam permitidas. Rotineiramente encontramos os empresários que dizem não gostar de colunas sociais, que não querem este tipo de divulgação, mas ao longo do trabalho demonstram por cobranças ou atitudes que, na verdade, era aquilo que queriam, mas sua história não permite admitir. Há também aqueles que dizem que o objetivo é ter a empresa bem divulgada, como uma referência, querem capa de jornal, mas, à medida que o trabalho é desenvolvido, evitam as entrevistas, as fotografias, porque foram educados a evitar a exposição. E há as empresas que têm vários gestores, cada um com um estilo, interesses e perspectivas distintas.

Entender a cultura da empresa e, por que não dizer, a historicidade de seus gestores e fundadores influenciará o trabalho de comunicação corporativa, mas também pode melhorar a convivência de qualquer funcionário ou prestador de serviço daquela organização. Quem vende também precisa entender como se comporta aquele cliente, o por quê daquelas atitudes. Observando, conversando, entendendo a cultura da empresa, todo trabalho será mais eficaz.

Andressa Fabris é jornalista e diretora da Alfa Comunicação e Conteúdo.

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