Comece com o “porquê”: especialista dá dicas de organização financeira familiar

Organizar as finanças geralmente está na lista de metas pessoais e familiares do início de ano. Mas, a verdade, é que muitas vezes esse plano sequer sai do papel. No Brasil, são 73,7 milhões de inadimplentes, segundo levantamento da Serasa de novembro de 2024. Em Santa Catarina, 35,7% estão na mesma condição. Para mudar a situação, Michele Nunes Mariot, especialista em educação financeira da cooperativa de crédito Acentra, filiada ao Sistema Ailos, explica que é fundamental ter um “porquê”.

“Diferente do que muita gente pensa, as ferramentas e a maneira de organizar as finanças não são o mais importante. O fundamental é saber o porquê. Por que eu quero organizar as contas? Por que eu quero guardar dinheiro? Ou por que eu quero limpar meu nome? Com isso bem claro, fica mais fácil manter a constância”, orienta Michele.

Segundo a especialista, ter metas definidas também engaja mais fácil a família já que, dessa maneira, se sabe aonde quer chegar. “Às vezes o ‘porque’ será uma viagem no fim do ano, a casa própria, um carro novo ou até a tranquilidade de dormir sem pensar em dívidas. O importante é que haja diálogo e transparência entre a família. O que não pode é ter o dinheiro como um tema tabu dentro de casa. Nos relacionamentos, as dificuldades financeiras frequentemente se entrelaçam com problemas de comunicação, tornando-se uma das principais fontes de conflito”, destaca a especialista da Acentra.

Com as metas definidas, é preciso constância e organização. Além do bom e velho papel, planilhas no Excel, aplicativos, planners e bloco de notas também podem ser aliados para controle de gastos. A dica, nesse caso, é encontrar o que funciona melhor para cada família. “Até mesmo um grupo em aplicativo de mensagens ajuda a fazer esse controle. Gastou? Faz foto ali no grupo da finança. O importante é ter todas as informações agrupadas e olhar com frequência, fazer o que chamamos de orçado x realizado. É olhar mês a mês, para identificar onde se está gastando mais do que deveria ou, por exemplo, porque esse mês a conta do mercado saiu mais cara. Não basta somente anotar. Tem que avaliar as informações para entender para onde o dinheiro está indo”, ensina a especialista da cooperativa.

Seja realista

Segundo Michele, muita gente prefere não ter uma visão clara da própria situação financeira por medo de ficar ainda mais ansioso. “Na verdade, isso é um grande engano. Se a pessoa pretende sair daquela situação, precisa saber em detalhes a real condição. Mas a dica é: não se apavore. No começo assusta mesmo. Mas sabendo como estão as finanças e tendo bem definido o que se quer, a pessoa vai conseguir se organizar. Ir deixando para depois não ajuda e ainda piora o cenário”, lembra.

Crianças também devem participar

Outra dica de Michele é incluir as crianças em algumas conversas sobre dinheiro e fazer com que elas, desde cedo, tenham contato com o dinheiro de maneira positiva. “Para quem tem filhos, é importante incluir os pequenos. Eles podem participar de conversas mais abrangentes, como por exemplo saber a meta da família é uma viagem no fim do ano. Além disso, também é importante ensinar economia doméstica e a cuidar bem dos brinquedos, dos equipamentos de casa. Mas sempre cuidar para fazer isso de forma leve, para que nunca seja um peso para a criança”, alerta.

Mais dicas para controle financeiro com a especialista em educação financeira

-Como Criar um Orçamento

Listar receitas e despesas: Inclua todas as fontes de renda e todas as despesas; Utilize um grupo do WhatsApp para coletar informações de todos os membros da família.

Categorizar despesas: Agrupe as despesas em fixas e variáveis.

Avaliar e corrigir: Analise onde é possível cortar gastos ou ajustar despesas.

Definir metas de economia: Estabeleça objetivos claros para poupar dinheiro.

Ferramentas úteis: Utilize aplicativos de finanças ou planilhas para acompanhar o orçamento.

-Dicas Práticas para Manter o Orçamento

Como economizar no dia a dia: Procure ofertas e descontos; Evite compras impulsivas.

Revisão regular do orçamento: Verifique o orçamento mensalmente para garantir que está no caminho certo.

Ajustes conforme mudanças na renda: Adapte o orçamento se houver alterações na renda ou nas despesas.

-Erros Comuns e Como Evitá-los

Não registrar todas as despesas: Mantenha um registro detalhado de todas as despesas.

Subestimar despesas variáveis: Seja realista ao estimar gastos variáveis.

Não revisar o orçamento: Faça revisões periódicas para ajustar o orçamento conforme necessário.

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