Dia do Açougueiro: um participante indireto da vida das famílias

As temperaturas frias das câmaras e refrigeradores fazem parte de mais da metade dos 35 anos de vida de Caciano de Oliveira; no entanto, o calor humano se sobrepõe no perfil do líder do Açougue da loja Super Moniari, em Balneário Gaivota. A proximidade e a relação de confiança com a freguesia estão entre as principais atribuições dos profissionais celebrados nesta quarta-feira (9), com o Dia do Açougueiro.

A rotina nos bastidores do balcão de atendimento envolve uma série de responsabilidades, como o armazenamento e a conservação corretos das carnes, a garantia da qualidade e a proteção contra contaminações, além da manipulação das melhores partes dos animais para levar ao ponto de venda. “Aqui nós recebemos do fornecedor a carne já desossada, então cabe a nós cortar e padronizar para expor no balcão. Já trabalhei com desossa e esse conhecimento também é fundamental para quem quer ser um bom açougueiro”, observa Caciano.

Gaúcho de Ronda Alta, Caciano aprendeu com o pai o ofício escolhido para a vida. “Com 11, 12 anos, eu já ia nos fins de semana ajudar meu pai no açougue da família e ali aprendi a moer carne, fazer limpeza, essas pequenas coisas e também atender os clientes. Como profissional, atuo desde os 18 anos. Comecei em frigorífico e sempre gostei de aprender mais sobre técnicas e cortes”, conta.

A chegada a Santa Catarina ocorreu há cerca de dois anos, por indicação de um sobrinho que já trabalhava no supermercado. “Apareceu a oportunidade, vi que tinha açougue e praia, pensei: vai dar bom!”, brinca. A intuição se concretizou, e atualmente Caciano lidera um time de cinco açougueiros, com quem também aprende mais. “Temos aqui conosco uma profissional da Argentina, com experiência no ramo, e outro jovem do Pará. Em cada região tem características diferentes de corte e manejo que a gente absorve e aprende”, diz.

Um curador para os clientes
O repertório e a habilidade de comunicação, frisa Caciano, são essenciais para a profissão. “Nossa principal tarefa é poder ajudar o cliente a escolher a melhor carne para o preparo que ele pretende fazer, seja um churrasco, assado no forno, grelhado, cozido ou moído, oferecendo produtos frescos e macios, conforme o gosto e o quanto pretende investir”, relata.

As interações com as pessoas são a parte predileta na rotina do açougue para Caciano. “Indiretamente, o açougueiro participa do dia a dia das famílias. A carne é um item essencial na vida de muita gente e está associada a bons momentos, a encontros e comemorações. É muito gratificante receber agradecimentos depois pelas indicações que damos”, diz.

Ensinar e inspirar novos profissionais
Na expectativa de continuar a carreira profissional no ambiente de açougue, o líder do setor no Super Moniari, de Balneário Gaivota, se coloca agora na posição de mestre para os colegas menos experientes. “Meu pai e um antigo colega do Rio Grande do Sul me instruíram e foram muito importantes para eu desempenhar tudo o que sei hoje. Eu me empenho todos os dias para tentar passar um pouco desse conhecimento e tenho o desejo de que lá na frente (os liderados) possam lembrar das técnicas que ensinei. É um trabalho de longo prazo”, pontua.

O açougue está entre os pilares fundamentais de um supermercado, pontua a CEO do Super Moniari, Monique Pizzetti. Os profissionais desse setor desempenham um papel primordial de relacionamento com as famílias que frequentam as lojas. “Há uma proximidade muito especial entre açougueiros e clientes, sobretudo em mercados de vizinhança, como o nosso. A afinidade vai se construindo ao longo do tempo de forma que a nossa equipe conhece as preferências de cada cliente. É uma consultoria dada a cada atendimento”, destaca.

Alfa Comunicação e Conteúdo

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