O novo limite de faturamento anual para a categoria de Microempreendedor Individual (MEI) no Brasil está prestes a ser aprovado. A expectativa é de que o valor, hoje de R$ 81 mil, aumente para R$144,9 mil. De acordo com as estimativas da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a mudança tem o potencial de gerar um aumento de até 20% na quantidade de MEI’s. “Este número já vem em uma crescente nos últimos anos, e a tendência é seguir assim. Atualmente, o país contabiliza 12 milhões de empresas da categoria em atividade. Um número quase 50% maior do que era em 2019”, conta o analista de Inovação Financeira e Social da Credisol, Stefano Mattei.
De acordo com ele, os microempreendedores individuais são responsáveis por gerar 10 milhões de empregos no Brasil. Um verdadeiro vetor de desenvolvimento da economia, que promove emprego e renda, possibilita a saída da informalidade e, muitas vezes, é o primeiro degrau de uma história de sucesso. “O empreendedorismo ajuda a reduzir a desigualdade, gera empoderamento do indivíduo, que tem mais controle da vida financeira e dos próprios horários, proporciona inovação, com novas ideias surgindo o tempo todo. Também diversifica o mercado local e fomenta a competição entre empresas, o que é benéfico para o consumidor, uma vez que os preços tendem a cair”, explica Mattei.
Empreendedorismo por oportunidade x empreendedorismo por necessidade
Hoje, 58% das empresas do Brasil são MEI’s. Um número que aumenta, ora por oportunidade, ora por necessidade. “A criação da categoria trouxe para os autônomos a chance de começar o negócio próprio sem muita burocracia ou impostos. Há aqueles que dão o primeiro passo quando veem uma oportunidade de inovar e capitalizar. Há quem enxerga no empreendedorismo, uma forma de recomeçar. São aqueles que foram demitidos, que precisaram sair do emprego inesperadamente por algum motivo”, explica o analista de Inovação Financeira e Social da Credisol.
Estes, conta ele, na maioria dos casos, não tiveram tempo para se preparar, estudar o negócio e entender melhor sobre administração. “Por isso orientar esse público é tão importante”, diz, ao complementar: “estimativas apontam que 39 milhões de pessoas trabalham hoje na informalidade. Geralmente este público não consegue comprovar renda e têm dificuldade em conseguir crédito nas instituições tradicionais. Por isso o trabalho com agentes, assim como é realizado na Credisol, é importante. Eles vão até o local, fazem entrevista, conversam. É um processo muito mais maleável”.
Microcrédito como fomento à economia
Desde 2011, somente a Credisol efetuou a liberação de mais de R$ 60 milhões no Juro Zero, programa do Governo do Estado, totalizando cerca de 16 mil operações. E as maiores beneficiadas foram as mulheres, correspondendo a 54% dos microcréditos.
De acordo com o diretor executivo da Credisol, Júlio César Corrêa Búrigo, a instituição tem em seu DNA o compromisso com o desenvolvimento das comunidades em que atua. Alinhada à premissas do microcrédito raiz, sua missão é contribuir para o sucesso das pequenas atividades produtivas e suas famílias, com geração de emprego e renda, além de apoio à educação empreendedora.
“Com uma carteira ativa de 10 mil clientes ativos, atuamos em oito estados brasileiros — no sul, sudeste, centro-oeste, norte e nordeste — abrangendo mais de 350 cidades. Cerca de 95% de todos os créditos liberados pela instituição se direcionam a atividades produtivas. Essas atividades incluem cabeleireiras, costureiras, bares e restaurantes, lojas de roupa e diversas atividades agrícolas”, explica.