Falar de diversidade não é algo novo para o ambiente corporativo, mas precisamos admitir que a teoria precisa, urgentemente, virar prática nas empresas brasileiras. Algumas estão adiantadas com projetos e programas bem implementados, enquanto outras ainda estudam como fazer para tornar seus times mais diversos, ou mesmo, fazer o assunto virar tema da pauta das reuniões de diretoria.
O tema, aliás, guiou toda a programação do CONCARH 2023 que convidou o público para a reflexão: Podemos ser o que queremos ser? Diversos palestrantes abordaram o assunto, e uma das premissas que foram reforçadas é de que a diversidade no ambiente corporativo reflete as mudanças sociais, está diretamente relacionada ao desempenho financeiro das empresas e às expectativas dos clientes. Os consumidores estão cada vez mais conscientes da importância da igualdade e da representatividade, e preferem fazer negócios com empresas que valorizem a diversidade e a inclusão.
Empresas que abraçam a diversidade têm mais facilidade em entender as necessidades e são incentivadas por diferentes grupos de consumidores, permitindo que desenvolvam produtos e serviços mais atendidos com as demandas do mercado.
Crescimento e lucratividade
Pesquisas têm mostrado que organizações que promovem a diversidade em seus quadros têm melhor desempenho em termos de lucratividade e crescimento. Uma variedade de perspectivas e habilidades apresentadas em uma equipe diversa estimula o pensamento inovador e a resolução de problemas de forma mais eficaz. A inclusão de diferentes vozes e ideias cria um ambiente propício ao debate saudável e à tomada de decisões mais fortes. Em sua apresentação durante o Concarh, o Educador Tiago Paiva, reforçou o quanto a diversidade é uma pauta global e presente na agenda ESG que incentiva ações relacionadas a gênero, etnia e orientação sexual. Pesquisas mostram que empresas mais abertas à diversidade, na percepção dos funcionários, têm 55% mais chances de obter melhor performance financeira em relação a outras da mesma área de atuação.
Equidade na prática
Na prática, a equidade nas organizações deve garantir que todos os colaboradores tenham igualdade de oportunidades, tratamento justo e acesso a recursos necessários para alcançar seu potencial máximo, independentemente de suas características pessoais, como gênero, raça, origem étnica, idade, orientação sexual, deficiência ou outras características. A equidade é um conceito fundamental quando se trata de diversidade e inclusão, pois reconhece que diferentes grupos de pessoas têm desafios únicos e, portanto, podem precisar de apoio e recursos diferenciados para se desenvolverem e prosperarem dentro da empresa.
Melhor para a cultura corporativa
Em um mundo globalizado e cada vez mais interconectado, as organizações têm a oportunidade de reunir profissionais com diferentes origens, experiências, habilidades e perspectivas. Isso, não apenas enriquecendo a cultura corporativa, mas também impulsionando a inovação e a criatividade. A diversidade promove um ambiente inclusivo, onde os funcionários se sentem valorizados e respeitados, o que, por sua vez, aumenta a motivação e o comprometimento com a empresa. Além disso, pessoas inseridas em ambientes de diversidade possuem mais tolerância e flexibilidade.
Movimento deve partir da liderança
A cultura da diversidade precisa vir da alta liderança, da estratégia da empresa. E caso isso não ocorra naturalmente, o RH deve agir como agente de mudança, provocando, conscientizando e informando com dados e pesquisas, o quanto a pauta é urgente e necessária. O RH também precisa estar consciente de que o principal pilar para desenvolver a cultura da diversidade é o recrutamento de pessoas. Entre as estratégias sugeridas para promover as contratações estão o realinhamento dos processos de recrutamento (com reflexão sobre o recrutamento às cegas); pensar nos requisitos exigidos pela empresa; avaliar os processos de promoção para verificar se as chances são iguais para todos e a desconstrução de paradigmas.
TOP 10
Benefícios da Cultura e da Diversidade nas empresas
Por Tiago Paiva
- Melhora o clima organizacional
- Melhora o nível de bem-estar
- Aumenta a troca intercultural
- Declínio de turnover
- Pessoas com diferentes habilidades e competências
- Troca de experiência entre diferentes perfis profissionais
- Aumento da criatividade (olhar os problemas por diferentes ângulos)
- Aumento de inovação – Revista Forbes
- Redução de conflitos
- Melhora a imagem da empresa
Artigo por Tati Longo.