A consolidação da Unesc como referência em produção de pesquisa científica e inovações se constitui também através de estudos em parceria com o setor produtivo. Instituições e empresas de diversos lugares do país mantêm projetos dentro da Universidade com o objetivo de gerar inovações, melhorar ou criar produtos e processos. Os resultados de alguns desses experimentos poderão ser conhecidos durante a SCT (Semana de Ciência e Tecnologia Unesc), de 17 a 21 de outubro.
Os trabalhos desenvolvidos junto às empresas geram valor para todas as partes envolvidas nas parcerias, destaca a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unesc, Luciane Ceretta. “Os alunos e professores agregam conhecimento e têm a oportunidade de desenvolver trabalhos acadêmicos baseados nas experiências. As empresas se beneficiam de um capital intelectual e de estruturas de laboratório reconhecidas e, mais adiante, a sociedade ganha com as inovações produzidas nessas parcerias”, frisa.
Ao todo 27 organizações mantém projetos inseridos nos programas desenvolvidos pela Aditt (Agência de Desenvolvimento de Inovação e Transferência e Tecnologia da Unesc), setor dentro da Universidade que gerencia o tema. Entre as empresas está a Maracajá Mineração SA, cocriadora do Projeto Pozolana.
Resultados positivos
A ideia de produzir a pozolana (um insumo para a fabricação de cimento) em escala a partir de um processo químico com rejeito de carvão surgiu há três décadas na empresa e a união com a Unesc reavivou o projeto. “Alguns experimentos foram feitos no início dos anos 1980, mas não prosperaram. Tudo tem sua hora e seu tempo certo e agora estamos desenvolvendo em conjunto a tecnologia para tornar um produto inservível lucrativo e ainda tem o aspecto da sustentabilidade”, conta o diretor de Operações da Maracajá, Cláudio Zilli.
No decorrer do projeto quatro trabalhos de conclusão de curso de alunos acadêmicos da Unesc foram inseridos nos estudos do Pozolana, relata o coordenador do projeto, professor Agenor De Noni Júnior. Os testes, entre outros resultados, comprovaram que o processo de queima do cimento pozolânico com a matéria-prima oriunda do carvão mineral produz uma quantidade muito menor em relação ao cimento comum, sem perda de qualidade do produto.
“Se todo o rejeito existente na nossa região pudesse se tornar pozolana, praticamente poderia neutralizar o valor do CO2 produzido da queima do carvão. Dados como este nos fazem ficar otimista na projeção do resultado final do projeto”, diz.
A construção promovida com a participação de vários especialistas, de universidade e empresa, no Projeto Pozolana, experiência replicada nas outras parcerias com indústrias de diferentes segmentos mostram como a Unesc pode colaborar com o setor produtivo enquanto centro de conhecimento regional, sublinha a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão.
“Através do conhecimento, estamos inserindo inovação na sociedade. A Semana de Ciência e Tecnologia dará a oportunidade da região conhecer nossas experiências bem sucedidas nesse modelo de parcerias universidade e setor produtivo, prática muito difundida em países desenvolvidos”, enaltece Luciane.