A automedicação é uma prática que pode trazer danos à saúde e se caracteriza pelo uso de medicamentos sem prescrição médica, uso de forma incorreta quanto a doses e horários ou ainda o consumo de medicamentos de uso contínuo sem reavaliação. Esse assunto foi abordado na palestra ‘Uso Racional de Medicamentos’, da Semana Viva Bem, promovida pela La Moda para seus profissionais. O evento foi ministrado pela farmacêutica do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (Nasf) de Criciúma, Greice Peplau Kauling, e pela coordenadora da Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde de Criciúma, Larissa de Oliveira Batista.
Entre os principais motivos que levam à automedicação estão economia de tempo, facilidade de acesso, influência de propagandas e indicação de conhecidos. “Uma propaganda convence mais do que um profissional de saúde e isso causa a banalização do uso de medicamentos”, avalia farmacêutica Greice. Historicamente, a cultura da propaganda de medicamentos incentiva a automediação, mas a pessoa deve refletir se isso realmente é a melhor opção para a sua saúde. “É muito mais fácil tomar uma pílula do que mudar seus hábitos”, explica a farmacêutica Larissa.
Analgésicos, antidepressivos, vitaminas e medicamentos para o sistema gastrointestinal estão entre os medicamentos mais comuns consumidos incorretamente. Segundo as farmacêuticas, um dos principais perigos da automedicação é ser um paliativo para maiores problemas de saúde e faz com que a pessoa não busque a causa do problema com um profissional de saúde. Além disso, com a alimentação correta, não há necessidade de suplementação vitamínica, que pode sobrecarregar o organismo sem necessidade.
Diferença entre remédio e medicamento
Remédio é a prática eficaz no alívio de sofrimento, desconforto ou dor e pode ser um banho quente, uma massagem ou tudo o que fizer algum bem à pessoa. Já o medicamento é um produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado. Sendo assim, a necessidade de tomar um remédio não necessariamente se trata de um medicamento. “Todos os medicamentos, até os mais simples, podem produzir reações medicamentosas”, ressalta Larissa. Os medicamentos causam mais intoxicações do que animais peçonhentos, produtos químicos e drogas. As pessoas devem ter em mente que nenhum medicamento é livre de risco, o medicamento que faz bem para uma pessoa pode ser ruim para outra e nenhum medicamento, mesmo de venda livre, deve ser utilizado sem o devido esclarecimento.